Às seis horas da manhã, ouvimos o apito grave do Star Princess, comunicando a chegada ao porto de Fort Lauderdale, na Flórida. Aqui termina o cruzeiro turístico de uma semana pelo lado oeste do Caribe.
A idéia de embarcar num navio ainda assusta a muitos, por terem uma impressão errônea. É comum as pessoas recearem a sensação de estar em alto-mar, imaginar que vão enjoar, se aborrecer, sentirem-se presas e sem ter o que fazer.
Ao contrário do que se imagina, os navios possuem muita estabilidade; mesmo quando o mar se apresenta encrespado, sente-se apenas um leve e gostoso balanço, nada que impeça a continuidade da vida a bordo.
Talvez pela necessidade de se adaptar aos novos tempos, alguns costumes sofreram modificações nos cruzeiros. Por exemplo, a formalidade - outro fator que costuma assustar - diminuiu muito. Antes, escapar ao jantar com o capitão e à tomada de fotos com ele, usufruindo do seu estereotipado sorriso, tornava-se difícil, por ser o único restaurante disponível. Atualmente, pela disponibilidade do buffet 24 horas, participa deste jantar só quem quer, mesmo assim com grande liberdade nas vestimentas. Alguns homens ainda usam smoking, que pode ser alugado no navio, mas a maioria usa terno e gravata; as mulheres, ainda que aproveitem para se enfeitar, apelam para as mais variadas alternativas. Não é aconselhável levar jóias, embora todas as cabines tenham cofre, pela preocupação com as mesmas, caso a viagem se estenda por outros lugares. Contudo, é possível comprar lindas e diversas bijuterias, a preços acessíveis, nas boutiques no interior do navio. Também não é preciso levar dois trajes de festa, embora sejam duas as noites formais. Num navio com tantos passageiros, quem irá reparar na repetição das roupas? Mas é importante não esquecer um agasalho para usar no interior do navio, por ser muito frio o ar condicionado.
Nos outros dias, até as dezessete horas, usam-se bermudas e roupas esportivas; após esse horário, embora não seja preciso exagerar no requinte, é preferível aposentar o jeans. Nos restaurantes formais, à noite, não é permitida a entrada com bermudas e similares, mas essas são sempre aceitas no restaurante 24 horas. Também no recinto da piscina a informalidade não tem hora para acabar. Dessa forma, cada um se veste como quer, podendo usufruir das muitas programações ao seu dispor.
O Star Princess viaja com 2.720 passageiros e possui um staff de cerca de 1.800 pessoas, entre funcionários, garçons, marinheiros, oficiais. Os contratos de trabalho costumam ser de sete meses, mas alguns são maiores, atraindo jovens de todos os cantos. É interessante a comprovação de como tudo flui com tranqüilidade e sem atropelos, apesar do grande número de pessoas, graças à organização e metodologia para tudo.
Cruzeiro marítimo é uma aula de civilidade. Os americanos têm grande preocupação e respeito pelo bem-estar das pessoas, o que se nota tanto no amplo espaço de circulação entre as mesas, nos restaurantes, como nas excelentes acomodações da cabine, no isolamento de som entre um recanto e outro e em inúmeros detalhes, pensados para transformar cada cruzeiro numa experiência inesquecível. Até as crianças têm sua piscina própria e um salão reservado para elas, lá no deck 15, de forma que a eventual algazarra jamais perturba.
Na sucessão de brincadeiras, teatro, danças, aulas sobre os mais variados temas e turismo nas ilhas em que os passageiros podem desembarcar, o tempo passa demasiado rápido. Ao final, sobra a certeza de que ousar vale a pena.
Um comentário:
Marta!
Este navio é uma cidade flutuante, não deixa dúvida!Vimos no Rio Grande o INSÍGNIA, mas deve ser um filhote se comparado com o Princess, mas mesmo assim, grandioso!
Olha tudo com olhos de lince, para poderes nos relatar,nos mínimos detalhes, este maravilhoso passeio!
Beijos da Ruthe
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