15 de dez. de 2007

Avanços e retrocessos na telefonia celular

A situação havia chegado a um ponto ridículo: o meu celular TIM TDMA só funcionava em Pelotas e em arredores muito restritos.

Quando a maioria das pessoas começou a passar para o sistema GSM, não me interessei pela troca, pois no interior de Pedro Osório - para onde preciso me deslocar frequentemente – o Tim GSM não funciona de forma adequada. Assim, até quando fosse possível, pretendia me manter fiel ao TDMA, embora os insistentes telefonemas da companhia, convidando-me a evoluir.

Nessas ocasiões, questionada sobre a recepção do GSM em Pedro Osório, a amável telefonista confessava ser inexistente, ajudando a firmar a posição de que não adiantava trocar de sistema e ficar sem comunicação em Pedro Osório.

Assim, continuei no sistema antigo. Quando o TDMA deixou de funcionar em São Paulo, depois em Porto Alegre, pensei em resolver o problema de vez, mudando para outra operadora, dessa vez optando por uma com boa recepção inclusive em Pedro Osório. Foi quando fui informada de que a outra operadora não funcionaria em Pelotas. Estava na absurda situação de precisar de dois aparelhos novos, um para Pelotas, outro para Pedro Osório.

De repente, o celular TIM TDMA parou de efetuar chamadas, em Pedro Osório. Como se fosse grande favor, ele se limitava a receber as ligações; se eu tentava ligar, recebia a mensagem de linha ocupada. Quando fiquei sem comunicação, em pleno interior do município, senti que a situação começava a ficar perigosa e capitulei: adquiri o celular da outra companhia, mesmo com a limitação de não funcionar em Pelotas.

A vendedora perguntou que tipo de aparelho eu desejava, dentro do plano que incluía uma placa de acesso a internet. Na verdade, além da placa, de meu extremo interesse, eu só desejava um telefone que falasse e enviasse mensagens, nada mais sofisticado que isso.

Bem, o modelo mais simples veio com câmera fotográfica, tecla para ouvir músicas em MP3, possibilidade de baixar jogos e enviar e-mails. Precisei ler o manual várias vezes, para entender o elementar. Se for do meu interesse, poderei manter conversação com até cinco pessoas ao mesmo tempo. Caso deseje interromper a conferência e contar algum segredo só para um dos interlocutores, bastará acionar uma tecla no Menu das chamadas para obter a privacidade.

Aí foi a minha vez de achar graça. Afinal, desde o início, eu só desejava garantia de segurança na comunicação.

Antes que me sentisse completa idiota, confortou-me a opinião emitida pelo americano Don Norman, especialista em Tecnologia Avançada, em entrevista concedida à Revista Veja, manifestando-se em defesa de eletrônicos simples e fáceis de manusear. Eletrônicos que correspondessem às expectativas e desempenhassem os serviços esperados, eu acrescentaria. Como telefones que não nos deixassem na mão, em momentos críticos.

Justamente pela necessidade de me deslocar ao interior, fui possuidora de um dos primeiros aparelhos celulares chegados a Pelotas, o qual funcionava em todos os lugares, sem discriminação. Agora preciso de dois aparelhos para fazer o serviço que o primeiro fazia. Dizem que a tecnologia avançou, mas ainda precisa aprender a entender e a respeitar os consumidores.

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