3 de jul. de 2010

Na terra de Dona Beja



Ao cair da tarde da quarta-feira, chegamos ao Tauá Grande Hotel & Termas de Araxá, localizado no Complexo Barreiro e tombado pelo Patrimônio Histórico do Governo de Minas Gerais, em 2005. Percorremos cerca de 600 quilometros, desde São Paulo, capital; a viagem foi prazerosa e interessante, inclusive pela boa companhia. É muito bonito o interior de São Paulo e de Minas, bem diferente do interior gaúcho.

Encanta, à primeira vista, a arquitetura antiga e imponente do Grande Hotel. Deve estar cheio, pelo número de carros distribuídos no grande espaço à frente; depois, saberemos que costuma abrigar muitas convenções.



Fechado em 1994 para uma reforma completa, o Grande Hotel foi reinaugurado em 2001. Todos os apartamentos foram reformados e modernizados, apenas a suíte governamental e a presidencial conservaram suas características. O lobby do Hotel é grande, com vários ambientes, pé direito muito alto e piso de mármore de Carrara, como a escadaria de acesso aos andares superiores.



Administrado, a partir de 2005, pela Rede de Hotéis Ouro Minas, o Grande Hotel passou a funcionar como Resort e SPA. Há três meses, a Rede Tauá assumiu o controle.



As Termas estão ligadas ao Grande Hotel por uma galeria suspensa, decorada com afrescos dos principais pontos turísticos mineiros. Inauguradas em 1942, atraíram tantas pessoas, em virtude das características medicinais e estéticas atribuídas às águas e à lama encontrada no local, que a procura mostrou a oportunidade de desenvolver ali um grande centro de lazer, empreendimento assumido pelo Governo do Estado, naquela ocasião.

Inaugurado pelo presidente Getúlio Vargas, em 1944, como cassino, o hotel precisou rever suas finalidades, já em 1946, com a proibição dos jogos de azar, pelo presidente Eurico Gaspar Dutra, passando a investir ainda mais na área de tratamentos medicinais e estéticos e no entretenimento.



No divertido passeio de quadriciclo, na manhã seguinte, conhecemos as ruínas do Hotel Rádio, construído em 1919, onde Getulio se hospedou, durante a construção do hotel/cassino, e onde Santos Dummont, o pioneiro da aviação, também se hospedou, diversas vezes.



Além do Grande Hotel e do Hotel Rádio, o Complexo Barreiro, principal ponto turístico da cidade de Araxá, em seus 450.000 metros quadrados, comporta o Hotel Colombo, as Termas, a Fonte Dona Beja (águas radioativas, conhecidas pela ação desintoxicante no organismo), a Fonte Andrade Junior (águas sulfurosas) e o jardim, construído por Burle Marx. Tudo muito bonito e cuidado.



No segundo dia, vamos conhecer a cidade de Araxá, bem próxima do Grande Hotel, cujo nome, de origem tupi-guarani, significa “lugar onde o sol nasce primeiro”. Visitamos o Museu Dona Beja, onde ela teria residido, com exposição de móveis e objetos antigos, não pertencentes a ela, e uma foto de Maitê Proença, como Dona Beja. Ana Jacintha de São José, a cortezã que entrou para a história, pela atividade política exercida, com inteligência e sedução, não possui foto sua no Museu, nem na cidade que a cultua. Foi atribuído a ela o mérito da reconquista do território do Triângulo Mineiro para Minas Gerais, em 1816, quando a região pertencia a Goiás.



Depois, saímos a percorrer a pequena cidade, com cerca de 95.000 habitantes. Na Fábrica de Doces Joaninha, provamos queijos e doces. No Artesanato Dama de Araxá, encontramos tapetes artesanais, toalhas bordadas em ponto de cruz e outras peças capazes de nos fazer concluir que foi ótimo ter vindo por terra, sem preocupação com o peso da bagagem. Visitamos o Museu Calmon Barreto e voltamos para o Grande Hotel.

Programado para o lazer, o Grande Hotel _ que ainda preserva móveis e decoração da década de 40 _ oferece inúmeras atividades para adultos e crianças, com monitores para a faixa de idade entre três e doze anos. Distraídas, as crianças passam de uma brincadeira a outra, sem perturbar os outros hóspedes. O tempo é escasso para tudo o que o local proporciona, tanto as atividades internas como as externas: trilhas na mata, passeios de bicicleta, a cavalo, de carrinho elétrico, caiaque e pedalinho no lago, pescarias, esportes variados. Ou para os serviços oferecidos: banhos de mel, lama, chocolate e aveia; SPA facial e massagens de diversos tipos. Preguiçosa, opto por uma massagem relaxante, enquanto alguns do grupo preferem a sauna e a piscina térmica, outra o banho de lama.



Lugar ideal para relax e diversão, com uma culinária capaz de afrontar os melhores propósitos, o Grande Hotel de Araxá conquista, além de tudo, pela gentileza ímpar do atendimento.

Um comentário:

Ruthe disse...

Que alegria para os olhos! Quanta beleza nosso País guarda!Um passeio nesquecível, com certeza!
Beijos