Suas crônicas mostram intimidade com a terra e a vida no campo, na simplicidade com que trata temas espinhosos como relações humanas, amor, ciúme, inveja, dor e morte.
8 de jul. de 2010
Casa de Santo Antônio do Menor
Neste mês de junho, a Casa de Santo Antônio do Menor completa 25 anos em atividade. Fundada em 1985, por um grupo de paroquianos da Igreja da Luz, tendo como presidente Maria Luísa Braga Schuch, ela foi criada para atender menores de rua, crianças e jovens carentes, em qualquer faixa etária.
Com o tempo, as dificuldades cresceram ao ponto de o projeto se tornar inviável, pois a clientela focada exigia um tipo de atendimento não permitido pelas escassas condições financeiras. Crianças e jovens com seqüelas da vivência nas ruas, alguns já prisioneiros das drogas, necessitavam o atendimento de psicólogos, assistentes sociais e outros. Sendo impossível contratar esses profissionais, dependendo exclusivamente do trabalho voluntário e de doações da comunidade, com grande pesar, em 1993, a diretoria tomou a difícil decisão de mudar o tipo de atendimento, passando a receber somente crianças na faixa etária entre 3 e 7 anos. Com essa atitude, optou por formar, em lugar de corrigir.
Meu primeiro contato com a Casa de Santo Antônio se deu justamente naquela época. Ouvindo falar na Casa, fui conhecê-la, oferecendo-me como voluntária. Frequentei-a durante algum tempo, contando histórias para as crianças, conversando com os jovens. Mas, como o atendimento era precário, crianças e jovens de todas as idades permaneciam juntos e, por isso, todos se chegavam ao mesmo tempo para cada voluntário, impossibilitando desenvolver algum trabalho. Assim, após pouco tempo, cheguei à conclusão de que a minha participação não acrescentava nada, em virtude da inexperiência (embora recebesse e distribuísse uma profusão de beijos e abraços), e me afastei.
Deve ter sido mais ou menos nessa ocasião que ocorreu a mudança no atendimento, na entidade. A primeira presidente da Casa de Santo Antônio, como centro de acolhimento e recreação, foi Maria José Barzoni. Algum tempo depois, convidada pela então presidente, Olga Fetter Carvalho, assumi o cargo de secretária na entidade.
Encontrei uma casa bem diferente, melhor estruturada, ainda que com muitas deficiências, na área profissional, em razão do eterno problema financeiro. Como sempre, contudo, o carinho e o cuidado compensavam as falhas involuntárias.
Em 2000, foi a minha vez de ocupar o cargo de presidente. Com o tempo, inúmeras mudanças ocorreram, abrindo novas perspectivas, grande parte em função do apoio recebido da comunidade, em várias formas de doação.
Hoje, com alegria, vejo o eficiente trabalho realizado pela atual presidente, Rosa Maria de Freitas Moreira. Inclusive, em 2009, adequando-se às novas regulamentações da educação infantil, a Casa de Santo Antônio do Menor teve a oportunidade de dar um grande salto qualitativo nas suas propostas de atendimento, graças a convênios firmados com a Secretaria Municipal de Educação.
Anualmente, cerca de sessenta crianças, filhas de trabalhadoras domésticas e de operárias, recebem nesta Casa alimentação adequada, cuidados especiais, lazer, atendimento médico, psicológico, odontológico e atividades pedagógicas correspondentes à fase pré-escolar.
Desta forma, com coragem e determinação, a Casa de Santo Antônio alcança a maturidade, ao completar 25 anos. E esta alegria ela deve a todas as pessoas que acreditaram na sua importância e colaboraram das mais diversas formas, tanto com doações como com trabalho voluntário, sugestões ou apresentação de oportunidades. Mas novos desafios surgem, a cada dia, e há muito a construir e conquistar. A Casa de Santo Antônio precisa de todos nós, para sobreviver e cumprir a sua missão.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
admiro demais o trabalho realizado na casa e peço a Deus que de força e vontade para todos os coloboradores, organizadores, mantenedores continuarem este trabalho magnifico que é realizado para aqueles que nesta casa recebem mais do que uma casa para desenvolverem seu lado intelectual e emocional mas faz com que essas crianças carreguem em suas bagagens um sentimento de que elas são importantes e fazem a diferença para um mundo melhor, parabens a todos.
Postar um comentário