Pela manhã, juntamente com algumas amigas, arrumamos o salão de honra da Associação Rural de Pelotas para o lançamento do livro “Pelotas à mesa, a simplicidade do sofisticado”, da Editora TEXTOS, organizado em homenagem aos 25 anos da Casa de Santo Antônio do Menor, com belas fotos de Juliano Kirinus e Marcos Oliveira. Na parte externa, sob o toldo branco, colocamos mesas, bancos de madeira, plantas decorativas e o banner do livro. Saímos de lá satisfeitas com o efeito obtido, apesar do tempo nublado. Após o almoço, começou a chuva que eu estava fingindo que não ia acontecer. Sabe quando se tenta acreditar que pensamento positivo funciona até em meteorologia? Pois fiz força, até a hora de me encaminhar para a Associação Rural. Enquanto dirigia para lá, o pára-brisa do carro trabalhando adoidado me obrigou a encarar a realidade. Pensei “fazer o quê?” e concluí o que estou cansada de saber: a gente faz tudo o que pode, mas há coisas que não estão em nossas mãos.
Quando cheguei à Associação Rural, o banner já tinha voado e sido recolhido, mesas e bancos haviam sido retirados do toldo, a mesa para a venda dos livros teve que ser colocada na parte interna do salão, para evitar que as pessoas contraíssem pneumonia, enquanto tentavam vender ou comprar livros, e ficou ocupando o espaço previsto para os convidados, Mas “o que não tem remédio, remediado está”, diz a sabedoria popular. Assim, dispusemo-nos a viver aquele momento, com serenidade, como se aquele final de tarde não fosse adequado apenas para ficar em casa, deixando o mundo desabar, lá fora.
Contudo, contra todos os prognósticos, os convidados começaram a chegar, ignorando a intempérie. Encheram o salão, esparramaram-se pelo alpendre, alegres, fisionomias descontraídas, como se brilhasse o mais lindo sol. A música da Gloria Majer tomou conta do ambiente, misturada ao som de risadas e conversas. Tal foi a descontração que, ao final do evento, em certo momento, um casal arriscou uns passos de tango, despertando aplausos. Minha neta, na graça dos seus dois anos, encantada com a dança, procurou um par também para si, mas não teve sorte na escolha: recebeu o primeiro “carão” de sua vida, tendo que se conformar a bater o pezinho, acompanhando o ritmo da musica.
Sou grata, muito grata, a todos que saíram do conforto de suas casas, naquele final de tarde de 7 de outubro, para atender ao nosso convite. Sou grata pelos sorrisos, pela alegria, pelas inúmeras flores recebidas, inclusive pelos arranjos que enfeitaram a festa de aniversário da amiga, na véspera, e ela lembrou que poderiam enfeitar o lançamento. Sou grata, também, pelo sorriso de quem disse: “Que bom que pude viver este momento”.
Mas “Pelotas à Mesa”, como sugere o nome, é um livro de receitas selecionadas por 53 convidados especiais. Assim, qual a minha alegria, já no dia seguinte, ao ouvir de uma amiga que experimentara o “Bolo de granola” e tivera o maior sucesso. Outra fez o “Rocambole de arroz” e a terceira contou o “milagre”: a jovem pôs a mão na massa e as “Varinhas de sal”, sua primeira obra culinária, foram gostosamente consumidas no lanche da tarde.
Assim, desejo que este livro se torne parte da história de muitas famílias. Elaborado para homenagear e beneficiar a Casa de Santo Antônio do Menor, que ele também represente e orgulhe Pelotas, por onde for.
Um comentário:
Já havia lido alguns artigos seus no DP e só hoje percebi que havia um site.
Vim conhecer!E ficar! Parabéns pelo espaço! A partir de hoje vou acompanhar você.
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