23 de jul. de 2011

A necessidade ensina

Quem não adora sacar fotos com o celular? Quase todas as pessoas que conheço não perdem tempo nem pose, sempre alertas, aproveitando todas as oportunidades. Eu, ao contrário, entendo celular como um aparelho para fazer e receber ligações e mensagens. “É só o que preciso” _ falo, ao trocar de aparelho, mas ninguém acredita, daí que termino com um aparelho mais sofisticado do que precisaria, sem vontade de ler o manual para aproveitar todos os recursos.

Algumas pessoas só agem sob pressão. Ou só se mobilizam para aprender quando a necessidade bate à porta. Para algumas coisas, sou desse tipo. Passo anos desinteressada de uma atividade considerada interessante pela maioria das pessoas e, de repente, me obrigo a aprender, motivada por algum interesse súbito.

Experimente levar a neta ao parque de diversões, para ver se não aprende na hora a sacar fotos. É só vislumbrar a carinha risonha, aparecendo ora numa janelinha, ora em outra, explorando os labirintos; a expressão feliz, descendo a mil no escorregador; a sensação de vitória, escorregando pelo cipó, “igual ao Tarzan”. Sem alguém por perto a quem recorrer, entendi ser de minha responsabilidade preservar para a posteridade esse momento. Mais que ligeira, peguei o celular e fui clicando “opções” e mais “opções”, até enquadrar o rostinho e pronto! Consegui.

Simples como precisar fazer uma transferência entre contas, ir ao banco fora do horário de pique e começar a clicar, fazendo e desfazendo, até acertar a operação. Ufa! Consegui, novamente. Até que não foi tão difícil. Mas ainda bem que não havia ninguém pra ver o tempo que levei...

Da mesma forma que, anos atrás, quando afoitamente aceitei o cargo de secretária, numa entidade assistencial, sem sequer saber datilografia, que era o usual naquela época. Muito disposta, lá ia eu para a máquina preparar os ofícios, mas eram tantos os erros que inúmeras folhas precisavam ser desperdiçadas até um documento ficar digno de ser enviado. Observando tamanho esforço, o marido, ao lado, discretamente insistia para que eu experimentasse o computador. Mas a computação ainda era um bicho-de-sete-cabeças, tempo do DOS, programa anterior ao Windows, coisa apavorante para uma cabeça nada afeita a tecnologias, por isso eu resistia. Após muitas folhas e tempo desperdiçado, contudo, um dia o bom senso prevaleceu e resolvi aprender pelo menos o básico para preparar os tais ofícios, o que fiz com sucesso.

De lá pra cá, muita coisa mudou, inclusive porque a vida vai tocando a gente por diante e forçando aprendizagens, para não se perder o bonde da modernidade. Assim, aceitei o blog que o filho organizou para mim, quando blogs ainda não eram corriqueiros como depois se tornaram. A princípio, era ele quem publicava as minhas crônicas, no blog, mas logo compreendi que precisava ficar independente, assumir todas as funções. Só que, emancipada, desejei incrementar o www.martasousacosta.com e aí descobri que novamente era comigo mesma. Clicando aqui e ali, consegui alguns progressos, antes de recorrer à ajuda profissional. Ainda faltam acertos e detalhes, mas o mais importante foi a comprovação de que, com maior ou menor esforço, quando algo é do nosso interesse ou necessidade, a gente se vira e termina conseguindo. Legal, isso.

Um comentário:

Ruthe Nudilemom peters disse...

Faço minhas tuas palavras, reforçando de que "quando algo é de nosso interesse ou necessidade, a gente se vira e termina conseguindo". Minha vida é repleta desses exemplos!
Beijos