Cá entre nós é o nome do meu segundo livro, da editora da Livraria Mundial, de Pelotas,com lançamento no mês de novembro. Cá entre nós é começo de conversa, princípio de assunto. Como se estivéssemos sentados em redor da mesa, ao final da refeição, conversando sobre as coisas simples do dia-a-dia. Alguém fala “Cá entre nós...” e o assunto se estende e dá voltas, na tentativa de desenredar os apertados nós do cotidiano.
São 46 crônicas, a maioria delas publicadas nos jornais dos quais sou colaboradora, sendo que em alguns me foi aberto o espaço de uma crônica semanal. Meu sentimento, em relação a esses jornais, é misto de orgulho e humildade. Mais humildade que orgulho, com certeza.
O orgulho tem sua razão de ser no fato desta abertura de espaço representar uma conquista pessoal, pois o meu trabalho foi reconhecido e aceito por editores e redatores para quem eu era uma completa desconhecida.Comecei enviando uma crônica e pedindo que fosse publicada, quando possível, a fim de auxiliar na divulgação do primeiro livro, Tempo de soltar as amarras,da editora AGE, de Porto Alegre. Para meu espanto e alegria, alguns jornais logo ofereceram a possibilidade de colocar uma crônica aos sábados.Outros manifestaram o desejo de continuar recebendo os meus textos, sem data certa para publicar, por terem completo o quadro de cronistas.
A humildade encontra justificativa na certeza de que encontrei pessoas generosas em meu caminho, capazes de ceder espaço. Corajosas, também, por se permitirem a aventura de ajudar uma desconhecida a transpor picadas e abrir sendas através da selva da comunicação.
Com perseverança e obstinação, tenho enviado crônicas semanais há cerca de três anos. Com raras exceções, consegui cumprir com o compromisso assumido. Algumas vezes, sabendo que me afastaria por longo período, me obriguei a produzir diversas crônicas e as enviei com antecedência, para corresponder à oportunidade recebida. Aos poucos, leitores de outros municípios e estados brasileiros me deram retorno, através de e-mails, identificando-se comigo, entendendo a linguagem da gaúcha que buscava a comunicação com eles.
A obrigatoriedade do envio da crônica semanal me forçou a escrever mesmo em situações adversas. Por esse motivo, ao orgulho e à humildade junta-se o sentimento de gratidão. Agora está pronto o meu segundo livro. Breve deixará de me pertencer, invadirá as livrarias, chegará às bancas de revista. Logo será manuseado por outros, discutido ou criticado conforme aprouver aos novos donos. Desejo que cumpra o seu destino e encontre a sua razão de ser; que não fique esquecido no armário, apertado entre outros que ninguém mais lê. Ao contrário, encontre guarida em alguma mesa-de-cabeceira, para se tornar companheiro constante de quem o saiba entender.
Nenhum comentário:
Postar um comentário