A caminho da Ásia, fizemos breve estada em Zurique, capital da Suíça, como contei na crônica anterior. Logo após a chegada ao aeroporto, embarcamos no ônibus contratado pela companhia turística para nos conduzir ao Novotel Airport, localizado fora da cidade.
Lá chegando, combinamos dormir apenas duas horas, apesar do cansaço ocasionado pela noite inconfortável nos apertados assentos do avião, guardando o sono para a noite seguinte, com o objetivo de conhecer a cidade. Descartamos a idéia de retornar ao centro comercial dentro do aeroporto, opção de programa sugerida por Máximo e Lívia, os guias turísticos desta excursão, e optamos por perambular sem destino certo, desejando captar um pouco do verdadeiro espírito de Zurique.
A temperatura é agradável, amena para o outono. Em janeiro, a média é 0,3 graus; em julho, 18,4 graus.
Dirigimo-nos à estação de trens Opfikon e lá tentamos pedir informações sobre onde adquirir os tíquetes para o trem até o centro da cidade. Duas moças, sentadas num banco de madeira, conversam, enquanto almoçam, cada um comendo a sua salada dentro de um prato laminado. A primeira diz “No”, quando perguntamos se fala inglês; mas aponta para um rapaz, colocado um pouco mais longe, também em animado e informal bate-papo. Esse, um negro alto, jovem e simpático, com largas bermudas e folgada camiseta colorida, logo nos explica onde colocar os francos suíços, em qual trem embarcar, esses detalhes. Súbito, falamos entre nós em português e ele ri, alto: _ Português? _ fala. É angolano. Acena para a moça com quem tínhamos falado e diz: _ Brasileira.
Rápida, ela vem ao nosso encontro, conta ser da Bahia e morar em Zurique há alguns anos; dá-me três beijos e um abraço apertado, com a típica espontaneidade nacional. Diferente das jovens suíças que logo verei, despedindo-se na estação, com firme aperto de mãos.
Quando o nosso trem chega, partimos. Guardamos os tíquetes, para o caso de entrar um fiscal e pedir. Ninguém cobra a passagem, mas a multa é enorme, se o fiscal pega alguém sem a mesma; é bom não facilitar. Cada tíquete custa cinco francos suíços e dá direito a trocar de meio de transporte à vontade: autocarro, elétrico, barco ou comboio, respeitando apenas as zonas permitidas e a duração do bilhete.
Para os turistas que permanecem mais tempo, é aconselhável adquirir o Zurichcard, que custa 15 CHF (para um período de 24 horas) ou 30 CHF (para 72 horas). Este cartão permite viajar sem limites em todos os transportes públicos, na área da grande cidade, proporcionando ainda entrada livre em quarenta e três museus, desconto no bilhete para o Jardim Zoológico, um coquetel de boas vindas em vinte quatro restaurantes e muitos outros descontos.
O Zurichcard pode ser adquirido no Posto de Turismo da Estação Principal de Zurique, no aeroporto, nos hotéis e nas estações de comboios.
Zurique, localizada às margens do Lago Zurich, é uma cidade pronta, bem conservada; não há construções em elaboração.
A cidade é muito arborizada, com prioridade pelo verde, não com sentido paisagístico, simplesmente árvores plantadas por todo canto. As ruas não parecem muito limpas, talvez pelo excesso de folhas secas caídas,por se tratar do outono. Em compensação, as árvores têm lindos tons amarelos e avermelhados.
Caminhamos pela Banhnhofstrasse, a rua principal da Nova Zurique, considerada uma das mais bonitas e elegantes do mundo; ela se estende do lago até a principal ferroviária. Em ambos os lados da rua, pode-se apreciar o seleto e requintado comércio. Nas vitrines, jóias deslumbrantes, longos casacos de pele, roupas com as grifes internacionais mais famosas.
A vitrine da Confiserie Sprungle é tentação e prazer para os olhos, os doces expostos transformados em verdadeiras obras de arte.
Precisamos tomar cuidado com os bondinhos, que passam ligeiros, alheios a qualquer distração. Na paradeplatz, é intenso o movimento deles. Por isso é rápido o olhar de admiração para os táxis que circulam, todos BMW ou Mercedes.
Caminhando a esmo, chegamos ao Lago Zurique, onde cisnes nadam, garbosos e indiferentes ao movimento. Na praça, acaba de acontecer um casamento. Os noivos passam por nós, acompanhados pelos padrinhos, em animada conversação. A noiva, toda de branco num vestido curto, traz nas mãos um pequeno ramalhete rosa; o noivo e os padrinhos vestem elegantes roupas escuras, com uma flor na lapela. Dirigem-se todos para um barco, onde se realizará a festa; param várias vezes para mais fotos.
Enquanto isso, as outras pessoas circulam pela praça, crianças correm, barcos chegam e saem, turistas cansados sentam nos bancos de madeira e observam a cena, que deve ser corriqueira.
A tarde já vai avançada, o fuso-horário causa confusão, meu estômago pensa que é madrugada, mas entramos num restaurante tipo taberna, Zeughauskeller, pedimos o prato 66 e saboreamos com gosto a salsicha com pão e a mostarda especial, acompanhada de batatas cozidas e cerveja preta. O ambiente é acolhedor, as paredes cobertas com madeira escura até certa altura, depois decorada com uma coleção de armas antigas; o forro é da mesma madeira,intercalada com painéis de papel; acima do bar, um pequeno canhão.
A taxa de serviço está incluída em todos os serviços (táxis, restaurantes, cabeleireiros, etc.).No entanto, é costume acrescentar gorjeta, se o atendimento tiver sido bom.
À noite, atendendo à indicação de Ruy, o amigo paulista, vamos jantar no Accademia Ristorante. Por pura sorte, conseguimos uma mesa para quatro, pois a reserva deveria ter sido efetuada com antecedência: restaurante cheio, serviço excelente, comida ótima. A sopa vem numa tigela funda, coberta a tigela por uma espécie de massa folhada inflada, que mergulha na sopa ao primeiro toque da colher. Sabor delicioso.
O cordial garçom italiano arrisca algumas palavras em português, o maître vem à mesa conversar e depois nos acompanha até a porta, à espera do táxi chamado por ele. Despedimo-nos como antigos conhecidos.
Agora, um banho reparador e uma noite de profundo sono.
Lá chegando, combinamos dormir apenas duas horas, apesar do cansaço ocasionado pela noite inconfortável nos apertados assentos do avião, guardando o sono para a noite seguinte, com o objetivo de conhecer a cidade. Descartamos a idéia de retornar ao centro comercial dentro do aeroporto, opção de programa sugerida por Máximo e Lívia, os guias turísticos desta excursão, e optamos por perambular sem destino certo, desejando captar um pouco do verdadeiro espírito de Zurique.
A temperatura é agradável, amena para o outono. Em janeiro, a média é 0,3 graus; em julho, 18,4 graus.
Dirigimo-nos à estação de trens Opfikon e lá tentamos pedir informações sobre onde adquirir os tíquetes para o trem até o centro da cidade. Duas moças, sentadas num banco de madeira, conversam, enquanto almoçam, cada um comendo a sua salada dentro de um prato laminado. A primeira diz “No”, quando perguntamos se fala inglês; mas aponta para um rapaz, colocado um pouco mais longe, também em animado e informal bate-papo. Esse, um negro alto, jovem e simpático, com largas bermudas e folgada camiseta colorida, logo nos explica onde colocar os francos suíços, em qual trem embarcar, esses detalhes. Súbito, falamos entre nós em português e ele ri, alto: _ Português? _ fala. É angolano. Acena para a moça com quem tínhamos falado e diz: _ Brasileira.
Rápida, ela vem ao nosso encontro, conta ser da Bahia e morar em Zurique há alguns anos; dá-me três beijos e um abraço apertado, com a típica espontaneidade nacional. Diferente das jovens suíças que logo verei, despedindo-se na estação, com firme aperto de mãos.
Quando o nosso trem chega, partimos. Guardamos os tíquetes, para o caso de entrar um fiscal e pedir. Ninguém cobra a passagem, mas a multa é enorme, se o fiscal pega alguém sem a mesma; é bom não facilitar. Cada tíquete custa cinco francos suíços e dá direito a trocar de meio de transporte à vontade: autocarro, elétrico, barco ou comboio, respeitando apenas as zonas permitidas e a duração do bilhete.
Para os turistas que permanecem mais tempo, é aconselhável adquirir o Zurichcard, que custa 15 CHF (para um período de 24 horas) ou 30 CHF (para 72 horas). Este cartão permite viajar sem limites em todos os transportes públicos, na área da grande cidade, proporcionando ainda entrada livre em quarenta e três museus, desconto no bilhete para o Jardim Zoológico, um coquetel de boas vindas em vinte quatro restaurantes e muitos outros descontos.
O Zurichcard pode ser adquirido no Posto de Turismo da Estação Principal de Zurique, no aeroporto, nos hotéis e nas estações de comboios.
Zurique, localizada às margens do Lago Zurich, é uma cidade pronta, bem conservada; não há construções em elaboração.
A cidade é muito arborizada, com prioridade pelo verde, não com sentido paisagístico, simplesmente árvores plantadas por todo canto. As ruas não parecem muito limpas, talvez pelo excesso de folhas secas caídas,por se tratar do outono. Em compensação, as árvores têm lindos tons amarelos e avermelhados.
Caminhamos pela Banhnhofstrasse, a rua principal da Nova Zurique, considerada uma das mais bonitas e elegantes do mundo; ela se estende do lago até a principal ferroviária. Em ambos os lados da rua, pode-se apreciar o seleto e requintado comércio. Nas vitrines, jóias deslumbrantes, longos casacos de pele, roupas com as grifes internacionais mais famosas.
A vitrine da Confiserie Sprungle é tentação e prazer para os olhos, os doces expostos transformados em verdadeiras obras de arte.
Precisamos tomar cuidado com os bondinhos, que passam ligeiros, alheios a qualquer distração. Na paradeplatz, é intenso o movimento deles. Por isso é rápido o olhar de admiração para os táxis que circulam, todos BMW ou Mercedes.
Caminhando a esmo, chegamos ao Lago Zurique, onde cisnes nadam, garbosos e indiferentes ao movimento. Na praça, acaba de acontecer um casamento. Os noivos passam por nós, acompanhados pelos padrinhos, em animada conversação. A noiva, toda de branco num vestido curto, traz nas mãos um pequeno ramalhete rosa; o noivo e os padrinhos vestem elegantes roupas escuras, com uma flor na lapela. Dirigem-se todos para um barco, onde se realizará a festa; param várias vezes para mais fotos.
Enquanto isso, as outras pessoas circulam pela praça, crianças correm, barcos chegam e saem, turistas cansados sentam nos bancos de madeira e observam a cena, que deve ser corriqueira.
A tarde já vai avançada, o fuso-horário causa confusão, meu estômago pensa que é madrugada, mas entramos num restaurante tipo taberna, Zeughauskeller, pedimos o prato 66 e saboreamos com gosto a salsicha com pão e a mostarda especial, acompanhada de batatas cozidas e cerveja preta. O ambiente é acolhedor, as paredes cobertas com madeira escura até certa altura, depois decorada com uma coleção de armas antigas; o forro é da mesma madeira,intercalada com painéis de papel; acima do bar, um pequeno canhão.
A taxa de serviço está incluída em todos os serviços (táxis, restaurantes, cabeleireiros, etc.).No entanto, é costume acrescentar gorjeta, se o atendimento tiver sido bom.
À noite, atendendo à indicação de Ruy, o amigo paulista, vamos jantar no Accademia Ristorante. Por pura sorte, conseguimos uma mesa para quatro, pois a reserva deveria ter sido efetuada com antecedência: restaurante cheio, serviço excelente, comida ótima. A sopa vem numa tigela funda, coberta a tigela por uma espécie de massa folhada inflada, que mergulha na sopa ao primeiro toque da colher. Sabor delicioso.
O cordial garçom italiano arrisca algumas palavras em português, o maître vem à mesa conversar e depois nos acompanha até a porta, à espera do táxi chamado por ele. Despedimo-nos como antigos conhecidos.
Agora, um banho reparador e uma noite de profundo sono.
Um comentário:
Marta!
Que passeio mais encantador deve ter sido - imagino ao vivo e à côres!
Que mundo grande...Quanta diversidade...
Mais uma vez estive lá, graças ao teu relato tão preciso!
Beijos
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