A história de Ed _ o homem que tinha problemas com os vizinhos _ foi uma das escolhidas pelo filósofo Lou Marinoff para mostrar que, através da filosofia, podemos encontrar respostas para os diversos questionamentos que perturbam o dia-a-dia.
O problema de Ed eram os vizinhos barulhentos e mal-educados. Ed trabalhava em casa e não tinha sossego, fosse dia ou noite, pelo barulho que pais e filhos faziam no andar de cima. Entre discussões, música em alto volume e arrastar de móveis, não lhe davam descanso. Desesperado, consultou um conselheiro filosófico. Juntos, experimentaram diversos tipos de ação: defensivo, amigável, ofensivo, retaliativo e remediador. Primeiro, experimentou conversar com os vizinhos, explicando que não conseguia dormir nem trabalhar, com o barulho constante; depois, como o problema persistisse, sem qualquer melhora, apelou para levar sua queixa ao síndico, conseguindo que eles fossem multados, mas isso nada adiantou, pois logo reagiram com mais barulho; desesperado, tentou ele próprio fazer bastante ruído, mas sozinho não era páreo para aquela turma. Além disso, durante o processo, compreendeu que qualquer retaliação teria efeito negativo, exacerbando ainda mais os ânimos.
Finalmente, Ed resolveu se mudar e tomou todas as precauções para escolher um lugar tranqüilo, com vizinhos educados, respeitadores dos direitos dos outros.
Em vez de obrigar o ambiente a mudar, ele mudou de ambiente. Conseguindo tomar essa atitude sem retaliação e sem tomar para si os problemas dos vizinhos _ porque quem perturba de forma deliberada e sistemática é ele próprio um perturbado _ Ed encontrou a serenidade.
A escolha de Ed foi pela ética budista, em que cada um se responsabiliza pelo seu próprio bem-estar. Nem sempre o resultado final, dentro de uma situação, parece justo ou é o desejado. Contudo, muitas vezes, insistir equivale a dar murros em parede de cimento.
”A paz é sempre melhor, mas é preciso vontade e coragem para buscá-la”, conclui Lou Marinoff, em PERGUNTE A PLATÃO, seu segundo livro. Decerto porque diferentes situações exigem diferentes soluções. Algumas vezes, a paz é alcançada através do diálogo, mas para isso é preciso boa vontade de todas as partes; em outras, exige enfrentamento e tomada de posição, sem o que os opositores continuam insistindo no avanço além dos seus limites; quando nada dá certo, a coragem e o bom-senso podem estar no afastamento.
Mas a dificuldade em resolver qual o melhor caminho costuma ser motivo de muita angústia e noites em claro, ainda que não proporcionadas por vizinhos barulhentos. Essa é a hora de pedir auxílio à filosofia.
3 comentários:
Marta!
Conviver é muito difícil! No fim sempre acabo dizendo que é apenas um problema de educação, como outros questionamentos sérios que presenciamos.
Vizinhos sempre foram uma questão de sorte.
Diante de casos mais difíceis, é pedir conselhos ou ter a felicidade de saber resolvê-los da maneira mais civilizada...
Beijos
Marta!
Conviver é muito difícil! No fim sempre acabo dizendo que é apenas um problema de educação, como outros questionamentos sérios que presenciamos.
Vizinhos sempre foram uma questão de sorte.
Diante de casos mais difíceis, é pedir conselhos ou ter a felicidade de saber resolvê-los da maneira mais civilizada...
Beijos
Marta!
Não saiu meu nome!
Beijos
Ruthe
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