Os homens do campo ergueram bandeiras negras diante da terra invadida, para externar o luto da classe rural pelo desrespeito ao Estado Democrático de Direito.
No entanto, o luto não é só da classe rural, é de todo o país. Quando crianças e jovens erguem porretes e foices, ameaçando os passantes, num ódio comandado, suas manifestações acirram os ânimos. Perdem todos, quando a luta de classes é incentivada.
Resultado das políticas equivocadas de sucessivos governos, bem como da falta de determinação e coragem dos homens que fazem e mantém as leis, o caos no campo se prolonga por tempo demasiado.
Intenções idôneas não permitiriam que uma propriedade em que os produtores recebiam ordeiramente a vistoria do INCRA, com a convicção de sua produtividade, fosse penalizada com os prejuízos econômicos e emocionais de uma invasão.
Surpreendentemente, os três dias de vistoria previstos para a Fazenda da Palma, no Município de Pedro Osório, no Rio Grande do Sul, foram interrompidos pela ação violenta do MST, impedindo a realização do trabalho técnico.
A Zona Sul, depois de décadas tendo seus investimentos restringidos pela faixa de fronteira e pela concorrência desleal do Mercosul, teve finalmente seu potencial identificado por investidores de todo o país. As necessidades do mercado e as avançadas tecnologias de produção fizeram com que o trigo, o leite, a cevada, a soja e as florestas abrissem uma perspectiva nunca antes imaginada, disputando espaço com a carne e o arroz na formação de uma nova base econômica.
A região está às portas de uma revolução socioeconômica, onde as lideranças deveriam estar preocupadas com a qualificação da mão de obra, para que as oportunidades de emprego e negócios fossem aproveitadas por gente da nossa terra, evitando o agravamento dos problemas sociais e o fluxo migratório.
Justamente neste momento delicado, em que os empresários rurais e urbanos se questionam sobre a segurança física e jurídica dos novos investimentos, o MST coloca como foco a Zona Sul, antes esquecida.
A impunidade gera tensão. Produtores, comerciantes e políticos, conscientes da ferida aberta, acorreram em solidariedade, deixando a colheita de arroz, o gado na mangueira e todas as responsabilidades dos negócios e da vida pública, para a defesa de uma causa maior, onde está em risco o futuro da região e os valores democráticos do País.
A segurança proporcionada pelo cumprimento das leis é a mola propulsora da geração de empregos e riquezas. Sem segurança, as pessoas não se sentem motivadas para empreender.
O luto poderia ter sido pela morte de um sonho, mas, numa ação irretocável, a resposta rápida do Poder Público demonstrou como é possível ao Estado ser firme na defesa do Direito, mostrando-se coeso e enérgico, sem ser truculento.
A justiça posta em prática devolveu a esperança e as bandeiras negras foram substituídas pelas bandeiras do Brasil e do Rio Grande.
Um comentário:
Marta!
A gente sempre fica chocada com notícias deste tipo, dentre outras, é claro, mas invasão de privacidade é também muito sério. Que bom que tudo foi resolvido com bom senso.
Beijos da Ruthe
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