Estamos em Pequim, capital da República Popular da China desde 1267. O turismo ocidental ainda não é comum como eu julgava. As pessoas nos olham, admiradas. Somos seres estranhos, para eles. Só falta pedir para tocar e ver se somos de carne e osso. É interessante essa sensação. Quantas vezes outras pessoas terão se sentido assim diferenciadas por nós? Pessoas gordas, com defeitos físicos, muito feias, com educação diferente, sei lá quanta gente.
Enquanto o ônibus segue rumo ao hotel, o guia turístico fornece algumas informações sobre o país e os costumes chineses.
Por sua superfície, China é o terceiro país do mundo, após Rússia e Canadá, com nove milhões e seiscentos mil quilômetros quadrados de área. É o primeiro em número de habitantes, cerca de um bilhão e trezentos milhões, e um dos quatro países mais antigos, com cinco mil anos de história escrita. Possui os documentos históricos mais antigos do mundo.
O país apresenta grandes variações climatológicas, desde o intenso frio do norte até o úmido clima tropical do sul, com bruscas oscilações térmicas no interior.
As principais religiões da China são budismo, confucionismo, taoísmo e islamismo. O povo é muito religioso, embora o país seja oficialmente ateu.
Em meados do século XX, estudiosos ocidentais passaram a considerar a China como o Tigre ou o Dragão adormecido. Contudo, há alguns anos essas expressões perderam a força, pois ela demonstra estar bem desperta, preparando-se para exercer importante papel no novo milênio.
Inclusive, com a maior naturalidade, os guias turísticos informam que se prepara para dominar o mundo, em vinte anos.
Para atingir tal objetivo, talvez a maior dificuldade seja o controle populacional. Desde o final da segunda guerra mundial, a população mais que duplicou. Nos últimos anos, tem crescido ao ritmo de cerca de quinze milhões de pessoas por ano. Para cada mil habitantes, ocorrem 21 nascimentos e 6 mortes. A densidade populacional é 137 habitantes por quilometro quadrado (sete vezes a do Brasil).
Para aumentar o problema, somente dez por cento de sua superfície é cultivável e ela precisa alimentar a quinta parte da população mundial, quando especialistas afirmam que só teria capacidade para manter 800 milhões de pessoas.
Para controlar o rápido aumento da população, desde 1978, a política estatal recomenda um filho a cada casal, na cidade; no campo, podem ser dois, se o primeiro for menina. Há oportunidades e incentivos para estimular a obediência dos pais. Somente no ano de 2003, a política do filho único evitou duzentos milhões de nascimentos.
Há preferência pelos filhos varões, em parte pela transmissão da linha familiar, em parte pela crença de que os homens terão maiores condições de sustentar os pais na velhice. Principalmente no campo, essa preferência se acentua, pela necessidade do trabalho braçal, por isso muitas meninas são vítimas de infanticídio. Após o início da utilização do ultra-som para determinar o sexo do feto, a diferença entre o número de nascimento de meninos e de meninas passou a aumentar ano a ano, principalmente nas classes média e alta. Apesar de os médicos estarem proibidos de revelar o sexo do feto, eles terminam cedendo, ocasionando abortos voluntários. Em média, nascem 117 meninos para cada cem meninas.
Por essa série de circunstâncias, surgiu novo problema, com a previsão, para o ano 2020, de um exército de 30 ou 40 milhões de homens solteiros e frustrados.
A moeda chinesa se chama yuan. Há cinco e dez centavos em papel. É preciso cuidado ao receber o troco, como nos explica o guia chinês, Chau, pois é usual a entrega de rublos russos, muito parecidos, mas sem valor. Deve-se observar que as notas tenham a cara de Mao.
A jornada de trabalho é de oito horas, em geral das oito às dezessete, com uma de intervalo para o almoço, cinco dias na semana – ainda segundo Chau.
Ele conta que os trabalhadores costumam almoçar no próprio local de trabalho, comida trazida de casa, ou comerem em pé nos restaurantes, por ser escasso o tempo do intervalo. Mas teremos oportunidade de observar os restaurantes e lanchonetes cheios de pessoas de todos os níveis sociais, alguns em grupos, outros sós, exatamente como no Brasil, almoçando com calma e conversando.
Com o desenvolvimento da indústria, a China necessitou importar petróleo. Agora o estado permite aos cidadãos adquirirem carros particulares, mas ainda são muito caros, explica o guia turístico. A indústria automobilística é estatal.
O Estado também desenvolve política de apoio ao capital estrangeiro, com diminuição gradativa dos impostos por cinco anos. A China ingressou na Organização Mundial de Comércio, em 2002, por isso precisa realizar a abertura comercial. Mas a abertura econômica não se estende à política. A República Popular da China é um Estado socialista, proclamado por Mao Tse-tung (Mao Zedong), presidente do Partido Comunista, em 1 de outubro de 1949.
O ônibus turístico estacionou em frente ao Chang An Grand Hotel. O hall do hotel é amplo, com vários recantos. Recebemos a chave do apartamento 1908.
Bibliografia:
Enciclopédia Britânica
Viagens e Turismo
Geográfica Universal
Singapore – Lonely Planet Publications
Singapore Shopping Guide
Bangkok – Lonely Planet Publications
Best of Beijing – Lonely Planet Publications
Enquanto o ônibus segue rumo ao hotel, o guia turístico fornece algumas informações sobre o país e os costumes chineses.
Por sua superfície, China é o terceiro país do mundo, após Rússia e Canadá, com nove milhões e seiscentos mil quilômetros quadrados de área. É o primeiro em número de habitantes, cerca de um bilhão e trezentos milhões, e um dos quatro países mais antigos, com cinco mil anos de história escrita. Possui os documentos históricos mais antigos do mundo.
O país apresenta grandes variações climatológicas, desde o intenso frio do norte até o úmido clima tropical do sul, com bruscas oscilações térmicas no interior.
As principais religiões da China são budismo, confucionismo, taoísmo e islamismo. O povo é muito religioso, embora o país seja oficialmente ateu.
Em meados do século XX, estudiosos ocidentais passaram a considerar a China como o Tigre ou o Dragão adormecido. Contudo, há alguns anos essas expressões perderam a força, pois ela demonstra estar bem desperta, preparando-se para exercer importante papel no novo milênio.
Inclusive, com a maior naturalidade, os guias turísticos informam que se prepara para dominar o mundo, em vinte anos.
Para atingir tal objetivo, talvez a maior dificuldade seja o controle populacional. Desde o final da segunda guerra mundial, a população mais que duplicou. Nos últimos anos, tem crescido ao ritmo de cerca de quinze milhões de pessoas por ano. Para cada mil habitantes, ocorrem 21 nascimentos e 6 mortes. A densidade populacional é 137 habitantes por quilometro quadrado (sete vezes a do Brasil).
Para aumentar o problema, somente dez por cento de sua superfície é cultivável e ela precisa alimentar a quinta parte da população mundial, quando especialistas afirmam que só teria capacidade para manter 800 milhões de pessoas.
Para controlar o rápido aumento da população, desde 1978, a política estatal recomenda um filho a cada casal, na cidade; no campo, podem ser dois, se o primeiro for menina. Há oportunidades e incentivos para estimular a obediência dos pais. Somente no ano de 2003, a política do filho único evitou duzentos milhões de nascimentos.
Há preferência pelos filhos varões, em parte pela transmissão da linha familiar, em parte pela crença de que os homens terão maiores condições de sustentar os pais na velhice. Principalmente no campo, essa preferência se acentua, pela necessidade do trabalho braçal, por isso muitas meninas são vítimas de infanticídio. Após o início da utilização do ultra-som para determinar o sexo do feto, a diferença entre o número de nascimento de meninos e de meninas passou a aumentar ano a ano, principalmente nas classes média e alta. Apesar de os médicos estarem proibidos de revelar o sexo do feto, eles terminam cedendo, ocasionando abortos voluntários. Em média, nascem 117 meninos para cada cem meninas.
Por essa série de circunstâncias, surgiu novo problema, com a previsão, para o ano 2020, de um exército de 30 ou 40 milhões de homens solteiros e frustrados.
A moeda chinesa se chama yuan. Há cinco e dez centavos em papel. É preciso cuidado ao receber o troco, como nos explica o guia chinês, Chau, pois é usual a entrega de rublos russos, muito parecidos, mas sem valor. Deve-se observar que as notas tenham a cara de Mao.
A jornada de trabalho é de oito horas, em geral das oito às dezessete, com uma de intervalo para o almoço, cinco dias na semana – ainda segundo Chau.
Ele conta que os trabalhadores costumam almoçar no próprio local de trabalho, comida trazida de casa, ou comerem em pé nos restaurantes, por ser escasso o tempo do intervalo. Mas teremos oportunidade de observar os restaurantes e lanchonetes cheios de pessoas de todos os níveis sociais, alguns em grupos, outros sós, exatamente como no Brasil, almoçando com calma e conversando.
Com o desenvolvimento da indústria, a China necessitou importar petróleo. Agora o estado permite aos cidadãos adquirirem carros particulares, mas ainda são muito caros, explica o guia turístico. A indústria automobilística é estatal.
O Estado também desenvolve política de apoio ao capital estrangeiro, com diminuição gradativa dos impostos por cinco anos. A China ingressou na Organização Mundial de Comércio, em 2002, por isso precisa realizar a abertura comercial. Mas a abertura econômica não se estende à política. A República Popular da China é um Estado socialista, proclamado por Mao Tse-tung (Mao Zedong), presidente do Partido Comunista, em 1 de outubro de 1949.
O ônibus turístico estacionou em frente ao Chang An Grand Hotel. O hall do hotel é amplo, com vários recantos. Recebemos a chave do apartamento 1908.
Bibliografia:
Enciclopédia Britânica
Viagens e Turismo
Geográfica Universal
Singapore – Lonely Planet Publications
Singapore Shopping Guide
Bangkok – Lonely Planet Publications
Best of Beijing – Lonely Planet Publications
Um comentário:
Marta!
Sempre tive atração pela China, com seus mistérios e tradições. Um dos primeiros livros que tive nas mãos foi a Estirpe do Dragão - uma fábula!Li e reli muitas e muitas vezes.
Agora, através de tua Crônica,estou em parte, dentro do livro novamente!
Mil beijos Ruthe
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