Alguns comportamentos observados, aqui e ali, fazem pensar se o Estatuto do Idoso está sendo bem assimilado por uns e outros.
No supermercado, por exemplo, há o obrigatório caixa preferencial. Até aí, tudo bem: é obrigatório e lá está. Mas o Estatuto não fala sobre velhos deverem ser ajudados para embalar e transportar as mercadorias compradas, por isso os atendentes se fazem de desentendidos, decerto sob orientação da chefia, enquanto “velhinhos” e “velhinhas” levantam caixas de leite, carregam sacolas pesadas, empurram os carrinhos até o automóvel.
No trânsito, os idosos também passam dificuldades. Em avenidas movimentadas, a impressão que se tem é de que os motoristas, ao vê-los atravessar a rua, pisam no acelerador, para obrigá-los a se apressar além das suas forças.
Na verdade, apesar da proteção criada pelo Estatuto, os idosos não recebem a consideração devida, na maioria dos locais públicos. Para educar as pessoas, a cordialidade virou lei, mas o que não é imposição legal deixa de ser feito, como se a cortesia estivesse agora restrita ao que diz o Estatuto.
Por outro lado, o Estatuto criou uma nova classe: os velhos cônscios dos seus direitos. Ainda nas filas de atendimento, quando as preferenciais estão muito longas e eles entram em outras, é comum ficarem forçando a situação, através de olhares enviesados aos que estão à frente, à espera de que lhes concedam a prioridade. No entanto, as outras pessoas também têm problemas, têm pressa, às vezes estão em recuperação de cirurgias ou quase no horário de apanhar os filhos na escola _ só para citar alguns motivos compreensíveis para nem sempre cederem o lugar.
Em outros locais, tenho visto senhoras idosas passando à frente de todos, pelo direito adquirido através do Estatuto. Se pedissem licença, fizessem um sorriso amável, seria simpático, mas elas avançam com determinação e arrogância, conhecedoras dos seus direitos. Só falta a bengala para ajudar a abrir caminho. Dispensadas as expressões “com licença”, “por favor” e “obrigado”, parece que o estatuto deu ao idoso o direito de ser grosseiro.
É provável que demore um pouco, até os idosos receberem toda a consideração merecida; leis demoram a ser absorvidas e realmente postas em prática. Enquanto isso, é bom lembrar que relações de amor, amizade e respeito não são impostas, mas construídas.
Contudo, ainda que não devam ser ranzinzas, idosos podem ser rebeldes. E a rebeldia que se deseja é a recusa a vestir o pijama e esperar o tempo passar. Rebeldes que não criam conflitos, mas têm a capacidade de superá-los com o equilíbrio e a experiência acumulados, destacando-se nas mais diversas atividades, com bons exemplos nas instituições da cidade. Se a idade não permite que o idoso atue em certas áreas, em outras a sua sabedoria e a credibilidade são essenciais. É importante que os velhos tenham consciência de que a sua contribuição pode ser decisiva em muitas situações, para que resistam à tendência da omissão, por se julgarem ultrapassados.
Alguns jovens, por sua vez, consideram mesmo que os mais velhos nada têm a contribuir. Por isso, alguns filhos bem-intencionados extrapolam nas suas funções, passando a tomar todas as decisões por pais ainda em condições de terem idéias e opinião. Nesses casos, com certeza, faz-se necessária a rebeldia de não se deixar dominar.
O Estatuto do Idoso foi um primeiro passo para a conscientização de que a velhice merece respeito e precisa de atendimento diferenciado. Daqui em diante, será necessário o envolvimento e a boa vontade de todos, para que ele seja levado a sério e possa funcionar, mesmo nos parágrafos não detalhados pela lei. Mas é preciso que todos os segmentos da sociedade participem do mutirão para a integração das diferentes gerações, numa troca de experiências e energias onde toda a sociedade só tem a ganhar.
8 comentários:
Marta!
Mais um tema apaixonante. Idoso é minoria na atividade social, assim como negros e homossexuais.
Na cultura ocidental judaico-cristã podemos ver que desde os primórdios a sociedade tem sido assim discriminatória.
Agora, com a intervenção do estado buscando resgatar seus direitos como pessoas, cria mesmo todas essas distorções (válido, para todas as minorias) onde pode até mesmo haver esse "abuso de autoridade", mas causada pelo longo tempo de repressão.
E, como você disse, isso leva tempo para amoldar-se, algumas gerações ainda, até que vejamos humanizadas as relações das minorias com as maiorias.
O estado cumpre seu papel de impor normas reguladoras que dão a essas minorias brechas para ocupação de seus espaços vitais. Bem ou mal as vezes, mas cumpre.
O tempo e a dinâmica social se incumbirá de moldar os formatos finais.
Uso muito os Correios e sou um resignado com isso. O Estatuto dos Correios criou um novo cargo, o "office-old". Tem um em minha cidade que quando vai aos Correios, pode esquecer aquele guichê que ele irá "morar" por ali por longas horas.
Nada contra. Mas é uma das tais distorções. Ele apenas esta a serviço de vários escritórios e "aumentando sua rendinha". Mas tirou o emprego de vários "office-boys" de vários escritórios.
Corrigindo...
Onde está Estatudo dos Correios, leia-se Estatudo do Idoso.
Marta!
Uma lástima que a maioria das pessoas parecem não entender que quando são determinadas algumas medidas, o intuíto é para a melhoria de vida. Mas o que vemos? Pessoas prepotentes, pessoas indiferentes com o que lhes foi proposto!
Torno a dizer que é uma lástima!
Ruthe
Oi, achei teu blog pelo google tá bem interessante gostei desse post. Quando der dá uma passada pelo meu blog, é sobre camisetas personalizadas, mostra passo a passo como criar uma camiseta personalizada bem maneira. Até mais.
Rodrigo, o blog é muito discreto e não permite que eu saiba seu e-mail, nem o nome do seu site. Se quiser, pode se comunicar comigo através do mfsc@vetorial.net para que eu possa entrar no seu site e ajudar a divulgar.
Sucesso e felicidade para você!
Marta
Marta
Reconheço que os estatuto veio legar direitos aos idosos, porém muitas vezes eles tornam a vida de quem os cuida um verdadeiro inferno, como se culpassem os outros por estarem no fim da vida.Principalmente quando se recusam a tomar remédios necessários a sua sobrevivencia, isso é torutra psicologica, pois ainda não inventaram leis para proteger quem cuida de velhinhos terroristas?
EU TENHO 63 ANOS DE IDADE ,SOU DEPRESSIVA EM TRATAMENTO E DEFICIENTE Visual
fui criada em um colégio de freiras ,o seminário de educadas EM SP ATUALMENTE MORO NA BA
por um tempo de pois fiquei com minha avó e uma tia
minha mãe veio fazer parte\de minha vida depois que eu já era adulta
ela sempre me tratou com desdém,coisas que não vale a pena contar aqui,ELA FAZIA COMIGO
agora esse ano ela fez 80 anos e acho que morrerei primeiro que ela
pois minha \vida virou um inferno
baseada\ em mentiras contadas por ela,já trouxe 08 vezes em um ano pra morar comigo,mas sempre ela acha um jeito de me prejudicar seriamente,em junho agora faz um ano que ela aproveitou que fui na casa de meu filho,ela chamou o corpo de bombeiros, se trancou dentro do quarto e disse ter sido eu que tranquei minha SORTE QUE ELES DESCOBRIRAM A MENTIRA
ELA MOROU HA UNS 6 ANOS ATRÁS NA CASA DE MEU FILHO E DEU PARTE DE MIM DIZENDO QUE EU A MANTINHA EM CÁRCERE PRIVADO ,SENDO QUE NA ÉPOCA NEM COMIGO ELA ESTAVA MORANDO
INFERNIZOU TANTO NA CASA DE MEU FILHO QUE MINHA NORA ADOECEU E NÃO QUIS MAIS ELA MORANDO LA
LEVAMOS NUM GERIATRA E NADA ANORMAL CONSTOU NEM DOENÇAS FÍSICAS PRÓPRIAS DA IDADE ELA TEM
ESQUECI DE DIZER INFELIZMENTE SOU FILHA ÚNICA
JÁ TENTEI O SUICÍDIO DUAS VEZES,NÃO SUPORTEI TANTA MENTIRA E AGRESSÃO VERBAL E AS VEZES FÍSICAS,ACHO QUE NÃO É OBRIGADA SE ENVELHECER E FAZER DA VIDA DOS OUTROS UM INFERNO POIS VEJO IDOSOS ,QUE PARECEM ANJOS EU SOU CONTRA ESSA HISTORIA DE OS FILHOS SEREM RESPONSÁVEIS POR PAIS DESSE TIPO
QUE AGUEM COMO MARGINAIS SE APEGANDO NA IDADE AVANÇADA E NA LEI DO IDOSO
PREFIRO A MORTE DO QUE PASSAR PELO QUE TO PASSANDO SEM TER ONDE ME DEFENDER
Há casos em que muitos idosos que não tem boa convivência com um parente,difama e calunia a pessoa se baseando na justiça que protege o idoso.Também passei por agressão verbal,difamação e calúnia ,e aí? o que fazer com uma pessoa de difícil trato?
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