A festa de abertura da 34 expofeira de Pedro Osório e Cerrito, realizada pelo Sindicato Rural das duas cidades, foi um momento ímpar de confraternização e encantamento.
Caía a noite, quando os cinco cavalarianos avançaram, garbosos, até a frente do stand das duas prefeituras, carregando as bandeiras do Brasil, do Rio Grande, dos dois municípios e do Sindicato Rural. Os lindos cavalos crioulos constituíam um espetáculo aparte. Faceiros, inquietos, escavando o chão e às vezes como que ensaiando passos de dança, precisavam ser subjugados pelas mãos experientes, enquanto o Hino Nacional era executado.
A Banda Municipal de Cerrito, formada por um grande grupo de jovens, fardados na maior elegância e tocando diversos instrumentos, entrou segura de si, surpreendendo tanto pelo desempenho como pela naturalidade.
Depois, o Grupo Centauros, pertencente ao Centro de Tradições Gaúchas Fogo de Chão, de Pedro Osório, apresentou vários números de dança. As meninas e os meninos _ elas, graciosas e elegantes em seus vestidos vermelhos, com os punhos e os peitos brancos; eles, vestidos de preto, camisas brancas, lenços vermelhos ao pescoço, tilintando as esporas ao ritmo da música campeira _ dançaram com desenvoltura e graça, sem se deixarem perturbar pela platéia.
Em qualquer lugar, a Banda e O Grupo de Danças constituiriam um espetáculo bonito e emocionante. Tratando-se de Pedro Osório e Cerrito, cidades pequenas, cada uma com menos de 8.000 habitantes, portanto lutando com recursos escassos, a existência de tais empreendimentos se constitui num ato de heroísmo.
Observei as crianças e os jovens, todos dançando ou tocando os instrumentos com segurança, e me compreendi incapaz de imaginar o empenho e a dedicação dos idealizadores desses projetos, pessoas que não conheço, mas a quem tributo a maior admiração. Em tempos de muita conversa e demagogia, eles vão e fazem _ e de exemplos como esses é que estamos carentes.
Na continuação da festa, aconteceu a entrega dos prêmios aos proprietários dos ovinos campões e o lançamento do livro Contos Galponeiros, de João carlos Mascarenhas Alves Pereira, com ilustrações de Lauren de Bacco e prefácio de Alcy Cheuiche _ testemunho das tradições gaúchas e resultado da insônia nas madrugadas, segundo o novo escritor.
Mais tarde, para completar a noite de alegres surpresas, foi proporcionada uma degustação de carne ovina, em diferentes pratos, e um excelente coquetel, oferecido pelo Sindicato Rural, de portas abertas a quem quisesse participar.
Cidades irmãs, separadas pelas águas do rio Piratini, Pedro Osório e Cerrito têm uma longa história de lutas, reivindicações e perseverança. O Município de Pedro Osório é grande produtor de arroz, o Município de Cerrito se destaca pela produção leiteira. O Sindicato Rural pertence às duas cidades, numa demonstração da inteligência desse povo, que há anos compreendeu o poder da união.
Parabéns ao Presidente do Sindicato Rural de Pedro Osório e Cerrito, Paulo Antônio Velho, e a todos os coordenadores da expofeira, que com certeza terá o sucesso merecido. Parabéns a todos os que cooperaram, com altruísmo e plenos de boa vontade.
Um comentário:
Marta!
Uma festa do tipo perfeita. Que maravilha poder assistir a um evento deste porte. Pessoas e lugar com os mesmos ideais e que, por certo, merecem todo o nosso respeito e admiração!
Beijos
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