25 de abr. de 2009

Quem não gosta de ser bem atendido?

Em crônica anterior, comentei sobre o desatencioso atendimento proporcionado aos clientes desconhecidos ou vestidos de maneira despojada, em alguns pontos do comércio de Pelotas. Pois a crônica despertou inúmeras associações, muitas pessoas lembrando episódios também ocorridos com elas.

Alguém comentou que a culpa era da falta de preparo e interesse dos funcionários. Outro contestou que, em determinada loja de materiais esportivos, os funcionários e inclusive o proprietário conversavam tanto entre si, tratando de assuntos relativos ao andamento do serviço, que o cliente, sentindo-se intruso, achou por bem se retirar.

Nas discussões suscitadas, chamou atenção a queixa repetida a algumas revendedoras de automóveis, como se lá os vendedores só se dignassem a prestar informações aos clientes que julgassem dignos delas.

Aí outro senhor contou que, vindo de cidade próxima para adquirir uma caminhonete, sendo ignorado em determinada concessionária, terminou entregando o seu cartão à senhora que servia o cafezinho, pedindo que alguém se comunicasse com ele. Como ninguém lhe telefonasse, voltou, após duas semanas, sendo novamente mal atendido. Aborrecido, preferiu comprar a caminhonete em Porto Alegre.

Depois, em viagem a Blumenau, em visita a um amigo, gerente de banco, notou a chegada de um senhor, vestido de maneira simples, com um saco às costas. O amigo pediu licença e foi rapidamente conversar com o recém-chegado, voltando logo. Curioso, perguntou a razão de o gerente tê-lo atendido pessoalmente, ao que o outro
respondeu: _ Em geral, esses que chegam assim são os cortadores de lenha; naquele saco, trazem dinheiro vivo para depositar.

Na continuação, outro lembrou que, ainda nas revendedoras de automóveis, também acontecia de chegarem homens em roupas simples, com um saco de dinheiro às costas, para levar o veículo escolhido, pago à vista. Eram os criadores de porcos, vindos de cidades vizinhas.

Nem sempre, contudo, a culpa do mau atendimento é do funcionário. Na maioria das vezes, é da direção: por não instruir melhor o pessoal ou por obrigar a seguir determinadas regras. Como no caso em que a senhora, chegando ao caixa do supermercado, com o carrinho cheio de produtos, ouviu da funcionária que os dois pacotes de biscoitos de polvilho ela não poderia levar, pois estavam sem preço, eram os últimos e ela não tinha como saber o preço. Claramente prejudicada pela desorganização do estabelecimento, a consumidora preferiu não questionar; sobrou-lhe o direito de contar a história.

Desavisado, pode alguém imaginar que o alerta no sentido de proporcionar um atendimento gentil seja ocasionado apenas pelo empenho em efetuar uma boa compra. Na verdade, qualquer profissão, para ser bem desempenhada, precisa de um mínimo de vocação. O atendimento ao público pode ser cansativo, desagradável e estressante. Consumidores também sabem ser chatos e pedantes, quando querem. Mas um vendedor por vocação _ como há alguns e algumas por aí _ sabe driblar os inconvenientes com gentileza, desarticular os deseducados com um sorriso, atender a todos com o mesmo prazer.

E um vendedor gentil garante o retorno do cliente. Como contou a moça: na escolha da loja onde comprar o colchão, sendo os preços similares, valeu o critério do melhor atendimento. Afinal, quem não gosta de ser bem recebido? E quem não volta ao lugar onde recebeu atenção?

Um comentário:

Ruthe disse...

Cansamos de sair de lojas, onde o atendimento é péssimo!Acredito que deveriam fazer um curso de como atender um cliente. Meu esposo fica irritadíssimo,quando uma situação dessas acontece, estraga seu dia.
Beijos