Suas crônicas mostram intimidade com a terra e a vida no campo, na simplicidade com que trata temas espinhosos como relações humanas, amor, ciúme, inveja, dor e morte.
16 de out. de 2009
O terceiro livro
Neste mês de outubro, tenho o prazer de lançar o meu terceiro livro. Cada livro pertence a um momento de vida. Aos leitores, alguns agradam mais que outros; para o escritor, como se filhos fossem, todos têm o mesmo valor, cada um com o seu significado.
O primeiro se chamou “Tempo de soltar as amarras” e essa foi a sua mensagem: a coragem de me expor e de aceitar os riscos da exposição, as possíveis más interpretações, a vulnerabilidade de quem se mostra. Levou tempo para nascer e veio cheio de cuidados, como é natural ao primeiro filho.
O segundo se chamou “Cá entre nós”, como troca de idéias entre pessoas já com certa intimidade, com liberdade para misturar assuntos diversos.
Tanto o primeiro como o segundo livro foram programados para serem exatamente o que são, como menino que a mãe resolve a data melhor para nascer e depois corresponde a tudo que foi esperado dele. Já o terceiro fugiu ao controle, mal começou a se firmar nos pés.
Programado para ser o relato de algumas viagens, com tópicos considerados interessantes de uma ou outra, foi iniciado dessa forma, com previsão para lançamento em 2007. Depois, uma série de acontecimentos obrigou a desviar a atenção e a idéia foi abandonada, passada a oportunidade. Fazer o quê? _ pensei, indo tratar do que se apresentava.
Por essas e outras, foi esse o título escolhido para o meu terceiro livro: Fazer o quê?
Muitas vezes nos fazemos essa pergunta, algumas vezes com aceitação, outras com raiva, com impaciência, bom-humor ou sarcasmo. Sempre com a certeza de que, se as coisas podem fugir ao controle _ e fogem, muitas vezes _ cabe a nós não levarmos demasiado a sério os imprevistos. Aprender a achar graça nas peças que o destino prega.
Reuni nesse livro 60 crônicas, algumas já publicadas, outras inéditas. Conto histórias minhas e de outras pessoas, fatos presenciados, vividos ou ouvidos. Ao relê-las, notei a similaridade entre elas, a mesma postura diante da vida, a maneira bem-humorada de lhe responder, a cada vez que nos puxa o tapete e nos joga por terra: fazer o quê? Assim com essa garra que temos todos, quando seguimos em frente, apesar dos pesares, sem nos deixar abater pelos contratempos. Com essa determinação que nos motiva, quando tudo é contra, e se não é possível seguir por um caminho seguimos por outro, resolvidos a nos aborrecer o mínimo possível com aquilo que foge ao controle. Como a chuva inesperada que encharca a grama, quase à hora da festa no jardim; como a falta de compromisso do palhaço, frustrando a expectativa das crianças; como tantas situações imprevisíveis que invadem o nosso cotidiano, exigindo soluções, de preferência bem-humoradas e que não tumultuem o ambiente.
Assim, como filho que cresce e abre o seu espaço, esse livro se desenvolveu, sem desconfiar de que era outro o seu destino.
Com prefácio de Myrian Bastos dos Santos, arte da capa feita pela designer gráfica Marcela Vianna, a partir de foto do acervo pessoal de Henrique, meu marido, e foto da autora pelo fotógrafo profissional Juliano Kirinus, firmou-se nos pés.
Em Pelotas, foi lançado na Bibliotheca Pública Pelotense, em evento aberto ao público, e terá nova sessão de autógrafos na Feira do Livro, dia 3 de novembro, na Praça Coronel Pedro Osório. Em Porto Alegre, o lançamento será na Livraria Cultura do Shopping Bourbon Country, às dezenove horas do dia 29 de outubro.
Por enquanto, pode ser encontrado na Livraria Mundial e encomendado pelo site www.livrariamundial.com.br Após o lançamento em Porto Alegre, também poderá ser encomendado no site da Livraria Cultura.
Entrego-o à crítica, desejando agradar. Mas, se não for o caso, fazer o quê?
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2 comentários:
foi uma idéa maravilhosa colocar algumas fotos, desta noite inesquecível, bem de acordo contigo e teu, precioso, Livro.Fui uma das pessoas previlegiadas, pois consegui estar lá, e ver tudo ao vivo e à côres!
Querida Marta
Que maravilha poder saber de seu sucesso e de toda sua trajetória na
literatura, isso é deveras salutar e precioso para os que a conhecem.
Quero em breve poder ler e compartilhar contigo esse terceiro livro, li o primeiro e gostei muito.
Parabéns e muito sucesso na feira do livro, que me remete a ótimas lembranças dessa terra, onde tenho muitos amigos queridos.
Um abração, Iraildes Mascarenhas
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