28 de jul. de 2010

O que acontece com as mulheres?

Leio, nas páginas do Diário da Manhã, que houve aumento de 14% no número de infartos sofridos por mulheres, na faixa etária entre 20 e 40 anos, segundo dados colhidos na emergência do Instituto do coração (INCOR), em SP. Até os anos 60, as doenças cardiovasculares, infartos e derrames, só atingiam as mulheres após a menopausa, graças ao efeito protetor do estrogênio, hormônio feminino. Hoje, são responsáveis por 30% das mortes, seguidas do câncer, conforme a pesquisa divulgada.

Além do stress proporcionado pelo ritmo de vida atual, outros fatores _ como sedentarismo, dietas desequilibradas, fumo e uso da pílula anticoncepcional _ são considerados responsáveis pelas mudanças ocorridas na saúde do sexo feminino.
De acordo com os dados apresentados, a probabilidade de enfartar, triplicada no homem fumante, é seis vezes maior, na mulher fumante. Além disso, mulher que fuma e utiliza a pílula anticoncepcional aumenta em 39% a probabilidade de infarto.
Cabe a pergunta: o que as mulheres estão fazendo a si mesmas? Por que se punem, eternas devedoras de não se sabe o quê?

Podemos ser atingidos por um número incalculável de problemas e disfunções, algumas vezes sem ter provocado, outras por não saber as conseqüências de determinado comportamento. Buscar problemas, contudo, fechando os olhos aos avisos mais óbvios, é burrice ou vontade de se punir, sensação de que não merecemos coisas boas, como saúde e qualidade de vida.

Há alguns anos, a dificuldade de acesso ao conhecimento era desculpa para muita bobagem que se fazia, por pura ignorância. Hoje, esse tipo de desculpa caiu por terra. Todo tipo de informação está ao alcance de qualquer um.

O cardiologista Ivo Nesralla chama a atenção para um dado interessante, observado em grande parte do público feminino que chega, vítima de infarto, ao seu consultório, em Porto Alegre: “São mulheres amargas, brigadas com o mundo”. Isso significa que a infelicidade pode ser acrescentada aos fatores capazes de detonar problemas cardiológicos. E infelicidade se traduz por não estar contente com as escolhas feitas, mas continuar batendo a cabeça na parede, incapaz de se afastar da parede ou, sendo isso impossível, desmotivado para colocar um capacete protetor.

Inteligentes e preparadas, por que tantas mulheres se mostram incompetentes para administrar a própria vida, enquanto cada vez se exigem mais? Mães excelentes, profissionais com desempenho admirável, metem os pés pelas mãos, na vidinha básica, no cotidiano que precisa ser prazeroso, para que alguém não fique amarga, ranzinza ou de mal com o mundo.

Quando os dados começam a bater, acusando insatisfação, excesso de cobrança pessoal e maus hábitos como sendo os responsáveis por problemas de saúde, é hora de parar pra pensar. Bem que as mulheres podiam aproveitar a competência, demonstrada em tantas áreas, para lustrar a auto-estima e se descobrirem merecedoras. Aí estenderiam a mão para pegar o que desejassem e não aceitariam menos que isso, de inhapa proporcionando o justo sossego ao seu coração.

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