No programa “Pra quem você tira o chapéu?”, de Raul Gil, Kajuru comentou que não conhecia ninguém que tivesse participado de alguma pesquisa de opinião, dessas constantemente divulgadas sobre as preferências dos eleitores. Perguntou à platéia, pedindo que levantasse a mão quem já houvesse sido consultado, alguma vez na vida. Ninguém levantou o braço. Kajuru é o nome popularmente utilizado por um jornalista, cronista esportivo e ex-apresentador de TV brasileiro, que mantém um blog na internet, às vezes censurado (segundo ele). Em seu blog, soube que, anteriormente, ele tinha um programa de TV, do qual se demitiu, por motivos de censura.
O vídeo de Kajuru, questionando a validade das pesquisas eleitorais, circula na internt, de computador em computador. Muitos vídeos e informações circulam, tirando o sono dos mais ajuizados. “Uma mentira repetida mil vezes se transforma em verdade”, alertam as mensagens, cujo poder é relativo, pois em geral elas circulam somente entre pessoas com a mesma linha de pensamento. Pessoas que querem conservar o seu poder de pensar, decidir e falar; que não querem ser caladas, por decretos ou ameaças.
Mentiras repetidas se transformam em verdade, como comprova a história, onde dificilmente podemos ter certeza sobre a veracidade daquilo que aprendemos nos livros. Cada um enfeita a história do jeito que lhe convém. Inclusive, vencedores costumam se colocar no papel de heróis, em suas narrativas. E a gente hoje lê uma coisa, amanhã um desmentido, o fato ontem sabido já não é bem assim. Acreditar em quem, se todos querem sair bem na foto?
Na vida pessoal, conhecemos personagens que aparentam idoneidade, sinceridade, correção e o tempo mostra a sua outra face. Somos penalizados, algumas vezes, por esses enganos de julgamento. Há certo pudor, nas pessoas realmente idôneas, em desmascarar aqueles por quem foram prejudicados ou ludibriados, propositalmente. Ao mesmo tempo, inclusive pelo propósito de se defenderem, os outros não têm pudor em alardear falsidades, desde que consigam arranhar a imagem do seu desafeto. Por isso, continuamos tratando com o maior respeito e dando oportunidade a pessoas que não merecem.
Mas, se isso ocorre na vida pessoal, não deveria ocorrer na vida pública. Na escolha dos candidatos a cargos políticos, por exemplo, precisamos ser mais seletivos, pesquisar sobre a vida pregressa de cada candidato, o que ele fez ou deixou de fazer, a sua linha de pensamento, as coligações que faz, para se manter atrelado ao poder. Conhecer os seus princípios, na verdade.
Quando se trata de candidato a reeleição, a tarefa se torna mais fácil, porque se teve a oportunidade de acompanhar o trabalho desenvolvido. Se foi leal às promessas de campanha, parceiro nas horas em que a sua presença fez a diferença, interessado nos problemas da região, do estado ou do país, é hora de mostrar reconhecimento e apoio, através do voto. Se não correspondeu ao que se esperava dele, a mudança será benéfica.
O problema maior são os candidatos sem passado de administração na área pública, pois é impossível saber o que esperar deles. O poder muda a maioria das pessoas. Algumas podem se tornar perigosas, quando se vêem com a caneta na mão e o poder de decidir destinos. Nossos destinos. Por isso, nesse momento da vida nacional, precisamos estar atentos e pesquisar, não só em jornais, que podem ser sujeitos à censura, mas também na internet, mais rápida em divulgar o que não interessa a alguns que seja divulgado. Depois, votar de acordo com nossos princípios. E, para quem for crente, rezar pode ser uma boa idéia.
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