Suas crônicas mostram intimidade com a terra e a vida no campo, na simplicidade com que trata temas espinhosos como relações humanas, amor, ciúme, inveja, dor e morte.
23 de mar. de 2012
Até aqui, tudo bem
Acostumada a delegar a organização das viagens, participando apenas com o corpo e o entusiasmo, dessa vez me vi na situação de precisar assumir a responsabilidade por várias decisões. Em outras ocasiões, sempre tive a sorte de ter alguém com conhecimento e gosto para assumir a direção, mas a sorte não dura pra sempre.
Tudo começou pela proximidade da data prevista para passar uma semana num resort em Weston, local próximo a Miami, cuja reserva estava garantida desde o ano anterior. Pensamos estender o programa com um cruzeiro marítimo e os companheiros de viagem não conheciam o transatlântico ALLURE OF THE SEAS, o que fez com que se tornasse a melhor opção.
A agência de turismo escolhida se encarregou de reservar a cabine externa, com sacada. As passagens aéreas, para as quais tínhamos pontuação de milhagem reservada, precisariam ser “batalhadas” por mim, mas o esforço valia a pena, pela economia e o conforto. Após muitos telefonemas para a companhia aérea, as passagens foram obtidas. Em vezes anteriores, uma agencia de São Paulo teve a paciência de fazer esse trabalho por nós e dei muito valor à gentileza, ao passar horas em frente ao telefone, tentando linha, ou “corujando” na internet, para saber se havia lugares disponíveis no vôo tal, na classe tal.
Mas, conseguidas as passagens, havia outras reservas a serem feitas, a começar pelo hotel em São Paulo, onde teríamos compromisso, antes de embarcar. Quando me dei conta, estava responsável pelo roteiro da nossa viagem, pois, pelas circunstâncias, viajaríamos só o casal, encontrando os amigos a bordo do navio. Se mais pessoas estivessem envolvidas, a tomada de tantas decisões teria sido dificultada, mas, grato pela oportunidade de se deixar levar, o marido optou por achar tudo bem.
Graças aos recursos da internet, clicando aqui e ali, fui descobrindo os caminhos. Como o vôo internacional seria diurno, optamos por pernoitar, na véspera, num hotel próximo ao aeroporto de Guarulhos; como chegaríamos em Miami à noite (o vôo faria escala em Manaus)), contatei um motorista brasileiro para nos encontrar no aeroporto e nos levar a Fort Lauderdale, onde embarcaríamos no navio; lá, reservei um hotel para as 3 noites antes do embarque; como o hotel era junto à praia, optamos por desfrutá-lo, sem alugar carro para esse período; o aluguel do automóvel para utilização no retorno do cruzeiro foi acertado com a agência do motorista _ tudo feito pela internet.
Decidida a data da ida para São Paulo, onde teríamos compromissos, antes de partir, lembrei da possibilidade de utilizar o convênio da TAM com a NHT, indo de Pelotas a Porto Alegre e depois a São Paulo. Pela internet, da mesma forma, adquiri as passagens. Bendita tecnologia.
Mas isso obriga a pensar que as agências de viagem, de maneira geral, precisarão se reciclar, proporcionando atendimento extra aos clientes, pois aqueles propensos a viajar costumam trocar informações e terminam descobrindo as facilidades do acesso aos sites de passagens aéreas promocionais, hotéis interessantes a preços acessíveis, passeios a realizar em cada local. E se um leigo, sem muito conhecimento, pode fazer bobagem, ao determinar suas escolhas, o mesmo acontece com os funcionários das agências, como já perceberam todos os viajantes, por acontecer consigo ou com algum conhecido. Assim, para conquistar a fidelidade dos clientes, as agencias que desejarem permanecer no mercado precisarão se preocupar em proporcionar aquele “algo mais”.
Bem, chegou a hora e estamos embarcando. A viagem diurna de Pelotas a Porto Alegre, feita em 45 minutos, transforma-se num bonito passeio, pois o avião voa a baixa altura e, à direita, podem ser vistos os campos de arroz recortados simetricamente, as propriedades rurais, o arroio Pelotas; depois, São Lourenço, a cidade de Camaquã e o rio do mesmo nome, a paisagem enfeitada com as inúmeras barragens e as plantações de arroz; a linda Lagoa dos Patos, onde só vejo embarcações perto de Porto Alegre. “Até aqui, tudo bem” _ penso, receosa das falhas que a programação, apesar do empenho, poderá apresentar.
Chegados a Porto Alegre, dispomo-nos a almoçar, no intervalo de tempo até o vôo agendado para São Paulo, mas no check in somos informados de que podemos partir imediatamente. O avião está quase vazio, o vôo é tranqüilo. Até aqui, tudo bem. Ufa!
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