Em crônica anterior, comecei a contar sobre a rápida estada em Fort Lauderdale, Flórida, antes de um cruzeiro pelo Caribe. Apesar de já ter vindo várias vezes à cidade, esta é a primeira vez em que nos hospedamos próximo à praia.
À direita do Beach Sheraton Hotel, onde estamos hospedados, uma murada de contenção larga, com cerca de 90 cm de altura,
pintada de branco, separa a praia do calçadão, com escadarias entre colunas possibilitando o acesso, a intervalos regulares. Sobre a areia da praia, há inúmeras mesas e bancos de madeira, acoplados.
Famílias ou grupos de amigos distribuem nas mesas o lanche trazido de casa ou comprado nos bares e restaurantes localizados do outro lado da rua. Uma família grande ocupa uma mesa coberta com toalha xadrez, onde distribuíram um lanche capaz de apaziguar a fome de um batalhão, com direito a uma travessa com partes desossadas de galinha assada. A cena é tão doméstica, que não falta o cachorrinho saltitante, preso à corrente. O engraçado é que isso, no Brasil, seria visto com maus olhos: “coisa de farofeiro”, diria quem não aprecia o lado simples da vida.
Inúmeras pessoas curtem o sol, estiradas sobre toalhas ou cadeiras de praia, algumas fornecidas pelos hotéis aos seus hóspedes, a maioria trazida pelos usuários, que deixam os automóveis estacionados na rua em frente, com cartão pré-pago.
Sobre a areia, dentro do espaço delimitado para banhos de sol e mar, não há pontos de venda de alimentos; placas informam sobre a proibição de consumir bebidas alcoólicas nesse local, o que seria improvável, no brasil. Nesse ponto da praia, a maioria dos hotéis está localizada do outro lado da avenida, precisando atravessar duas faixas, com exceção de alguns que possuem um passadiço sobre a avenida.
Tivemos sorte na escolha do Sheraton, por puro acaso, tanto pelo acesso direto à praia, como pelo fato de ela ser mais reservada, ali.
De quando em quando, na praia pública, há banheiros, construídos em alvenaria, sobre a areia: masculino para um lado, feminino para o outro, com chuveiros na área externa, entre os dois. O banheiro feminino possui oito compartimentos, sendo um para pessoas com necessidades especiais.
Para complementar, há canchas de basquete, quadras de esporte, locais para aluguel de barcos e catamarãs.
Atravessando a avenida, resolvemos almoçar num dos inúmeros restaurante em frente e a garçonete, Cris, brasileira, natural de Florianópolis, conta como conquistou sua independência financeira aqui, executando o serviço que os norte-americanos rejeitam, por considerar de segunda classe. No restaurante, segundo ela, todos os garçons são latino-americanos; a única exceção é um americano, do tipo sem ambição.
Após o almoço, embarcamos no Sun Trolley, ônibus turístico, de cor amarela forte, que faz um dos inúmeros roteiros. Por U$2 (dois dólares), a pessoa pode descer onde desejar e retornar ao veículo para continuar o passeio, quantas vezes apetecer. Descemos no Galleria Mall e o shopping Center surpreende, movimentado, alegre. Há poucos anos, a maioria das lojas estava desocupada, o que lhe dava um aspecto triste, apesar de luxuoso; talvez fosse novo, então.
Em frente ao Galleria, pegamos outro ônibus para retornar ao hotel. Há um encontro de “cadeirantes” no Sheraton, e eles se locomovem em alta velocidade por todas as áreas, manejando as cadeiras com destreza, alegres e comunicativos. Perambulando pelo hotel, descobrimos um salão reservado, onde fazem o breakfast e, à noite, participam de festas exclusivas. Sabem viver.
Amanhã embarcaremos no Allure of the Seas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário