Falei em escolhas, outro dia, e depois fiquei pensando no assunto. Escolhas exigem tomar decisões às vezes penosas. Cada uma aponta um rumo diferente, como se estivéssemos numa encruzilhada, pensando para onde ir; a partir de algumas, não resta mais que seguir em frente, procurando não olhar pra trás, pra não saber tudo que se perdeu, quando se fez tal escolha. Mas, muito antes de qualquer desfecho, centenas de escolhas são feitas, sem que a gente se dê conta. E o caminho vai estreitando, até que continuar parece impossível e voltar atrás exige uma disposição que já não se tem.
Até as escolhas aparentemente mais despretensiosas têm seu preço: essa ou aquela marca de cafeteira? VIVO ou TIM? O vestido preto ou o vermelho? Terno completo ou blazer? Com ou sem gravata? São tantas as decisões exigidas, no dia a dia.
Muitos preferem não se estressar, ignorar a necessidade de decidir, empurrar com a barriga até as coisas serem resolvidas por si mesmas. Mas esses costumam ser atropelados pelos acontecimentos, quando caem ao colo, exigindo decisões que se mostram tardias.
Sem falar nas mais difíceis, aquelas que cada um precisa enfrentar sozinho, sem culpar a ninguém, caso não dê certo: Qual a melhor escola para o filho? A faculdade mais promissora ou a de vestibular mais fácil? Esse ou aquele plano de saúde? Oferecer hospitalidade à mãe que já não sabe se cuidar ou colocá-la na melhor casa de geriatria? Internar o ente querido, refém das drogas ou com problemas de convivência, ou mantê-lo em casa, ameaçando desestruturar toda a família?
Decidir, às vezes, parece desumano, tarefa que não deveria ser exigida. E o pior é que não adianta pedir conselhos; cada um precisa esgotar o assunto e decidir sozinho. Porque, certa ou errada, a decisão tomada vai pesar para quem disse a última palavra, assinou embaixo.
Algumas pessoas são muito generosas e atitudes altruísticas lhes pesam menos que à maioria; a outros, tudo parece demasiado. Cada um é como é (ou como foi feito ou educado). Por isso, situações que causariam sentimento de culpa e noites de insônia a alguns, em outros passam batidas.
Mas algumas escolhas ainda têm o poder de surpreender. Até chegar aos 20 anos, a brasileira Catarina Migliorini optou por permanecer virgem. A essa altura da vida, colocou a virgindade à venda em um leilão na internet, com documentação médica como comprovante. Quinze compradores da Índia, Estados Unidos, Brasil e Japão manifestaram interesse, mas o vencedor foi um japonês, pela quantia de U$780.000 dólares (cerca de R$1,5 milhão). O encontro entre os dois se dará a bordo de um avião a caminho da Australia e o local da consumação do ato é mantido em segredo.
Catarina ficou muito feliz, pois com esse dinheiro pretende realizar o sonho de cursar a faculdade de Medicina na Argentina, viajar, fazer um filme e outras ideias que tiver. "Se você faz isto apenas uma vez na vida, você não é uma prostituta. Não é porque você faz uma foto extraordinária que vira um fotógrafo", decidiu, tranquila.
3 comentários:
Sempre tem quem compra coisas raras. Tem comércio pra tudo. Agora.... pudor..
Já li e gostei...Difícil mesmo decidir em determinados momentos..Beijos"
Decisões - como são difíceis de tomar!Sempre as tomo com um pouco de medo.
Beijos
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